sexta-feira, setembro 01, 2006

"Breve História de Quase Tudo", Leitura de Setembro...


Ao constatar que desconhecia o porquê dos oceanos serem salgados, Bill Bryson percebeu, com certo desagrado, que conhecia pouco sobre o planeta em que vivia.
A procura de uma resposta impeliu-o para a épica tarefa de entender e explicar tudo o que sabemos sobre o mundo. Parte desde a origem do universo segue até aos dias de hoje, e aborda assuntos que vão desde a física, a química, a astronomia, a geologia, a paleontologia e muitas outras disciplinas que considerava "maçadoras” na escola… A preocupação do autor está em entender como os cientistas realizam suas descobertas. Para compilar esta BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO, Bryson consultou dezenas de obras e montou o que pode ser considerado um delicioso guia de viagem pela ciência.
Explica-nos, numa linguagem simples mas rigorosa, os processos através dos quais se fizeram as descobertas essenciais nos diversos campos da ciência. Consegue, ainda por cima, ser divertido, sobretudo quando nos fala das peripécias e excentricidades de algumas das personagens mais proeminentes da História da Ciência, como Newton, Darwin ou Einstein.
Espero que esta breve nota acerca deste livro notável tenha despertado o apetite para a sua leitura.

“Imagine que tinha todos os componentes que formam um ser vivo – carbono, hidrogénio, oxigénio, etc. – e os punha num recipiente com água, dava-lhes uma vigorosa mexidela, e aparecia-lhe uma pessoa completa. Seria fantástico. No fundo, é o que basicamente Hoyle e outros (incluindo muitos criacionistas fervorosos) afirmam quando sugerem que as proteínas se formaram espontaneamente num único momento. Mas isso não é possível. Como argumenta Richard Dawkins em The Blind Watchmaker, deve ter havido uma espécie de processo cumulativo de selecção que permitiu que os aminoácidos se juntassem aos bocados. Talvez dois ou três se tenham juntado com um qualquer objectivo simples, e depois, ao fim de algum tempo tenham encontrado outro conjunto semelhante, e “descoberto” que juntos, melhoravam bastante.
Na realidade as reacções químicas associadas à vida são bastante banais. Pode ser impossível para nós fabricá-la em laboratório. À moda de Stanley Miller e Harold Urey, mas o universo encarrega-se disso. Há muitas moléculas na natureza que se juntam para formar longas cadeias que se chamam polímeros. Os açúcares juntam-se constantemente para formar amidos. Os cristais podem fazer muitas coisas parecidas com a vida – replicar-se, reagir a estímulos ambientais, formar um padrão complexo. Nunca criaram vida em si, claro, mas repetidamente demonstram que a complexidade é um fenómeno natural, espontâneo e completamente banal. Pode ou não haver muita vida no universo em geral, mas não há falta de auto agrupamentos ordenados em tudo, desde a simetria enfeitiçante dos cristais de gelo aos elegantes anéis de Saturno”
In, BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (Uma viagem pela ciência, divertida,prática e muito bem documentada), Bill Bryson, pág 290,
Quetzal Editores, Lisboa/ 2004


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