sábado, dezembro 02, 2006

SCRIPTUM - O Manuscrito Secreto, leitura de Dezembro


Estava tudo a postos para uma memorável noite de gala. Pessoas das mais diversas cidades vieram assistir à Exposição dos Tesouros do Vaticano, no Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque Inesperadamente, quatro cavaleiros exibindo as insígnias da Ordem dos Templários invadem violentamente o interior do museu, semeando o pânico e a destruição, com um único objectivo: roubar um codificador medieval. Sean Reilly, agente do FBI, e Tess Chaykin, arqueóloga, assistem ao incidente e iniciam uma investigação com contornos perigosos, muito tensa que os faz mergulhar na história secreta dos cruzados e recuperar o último segredo dos Templários, algo que poderá vir a alterar irreversivelmente o cenário religioso de todo o mundo cristão… *Scriptum* O Manuscrito Secreto, é um thriller histórico e religioso empolgante, soberbo e inspirador. Pleno de acção, é um enredo com muitas reviravoltas cuja base assenta em enigmas, códigos secretos e uma bem arquitectada conspiração uma temática muito em voga hoje em dia. Descrições ricas, personagens bem desenvolvidas numa densidade narrativa com muito suspense articulam-se factos históricos com uma imaginação poderosa.

Raymond Khoury, original do Líbano estudou arquitectura na American University, em Beirute. Para se afastar da Guerra Civil mudou-se para Londres onde trabalhou no Banque Paribas Capital Markets. Numa viagem às Bahamas conheceu o responsável pelo desenvolvimento de guiões em Hollywood que o contratou como guionista .Foi o ponto de partida para a sua carreira cinematográfica e televisiva em Los Angeles e Londres, da qual se destaca a produção de séries na BBC. Actualmente Khoury reside em Londres com a esposa e duas filhas. Scriptum - O Manuscrito Secreto é o seu primeiro romance e tem vindo a descrever uma impressionante trajectória de sucesso na Europa e nos Estados Unidos e já foi publicado em mais de trinta países.

“Tess viu-se finalmente, no espelho comprido da casa de banho. Nunca estivera tão suja, descomposta ou pálida. Apesar de ainda ter as pernas a tremer devido à tensão, resistiu à necessidade de se sentar. Depois de tudo que acontecera hoje, se se sentasse, sabia que provavelmente durante um bom bocado não se conseguiria levantar. Sabia igualmente que o dia ainda não terminara, Reilly vinha a caminho. Ligara pouco depois de Vance se ter ido embora, e vinha aí a toda a pressa. Apesar de aparentar uma calma razoável, sabia que estava furioso com ela. E teria de lha dar umas boas justificações.
Novamente.
Só que desta vez era um pouco mais difícil. Teria de explicar a Reilly o motivo porque não voltara a confiar nele o suficiente para lhe pedir ajuda.
Olhou para a desconhecida no espelho. A loura alegre e confiante desaparecera. No lugar dela estava um farrapo, tanto física como mentalmente. As dúvidas pessoais assaltavam-lhe a mente. Recordou os acontecimentos do dia, questionando cada paso dado e admoestando-se por colocar a mãe e a filha em perigo.
Isto não é uma brincadeira, Tess. Tens que parar com isto. Tens de parar, e é já.
Enquanto se despia, sentiu a chegada das lágrimas. Resistira-lhes quando fora abraçar Kim depois de Vance se ter ido embora. Resistira a chorara nervosamente de riso quando Kim a repelira dizendo “Ugh, Mãe. Que pivete. Precisas de um bom banho.” E resistiu-lhes quando estava ao telefone com Reilly, certificando-se o tempo todo que a mãe e Kim não escutavam a conversa com ele. Por pensar nisso não se lembrava da última vez que chorara, mas neste momento, era mais forte. Sentia-se péssima tremendo tanto de medo como dos piores cenários hipotéticos que imaginara.
Para além de retirar a sujidade e o cheiro, aproveitou o duche para tomar algumas decisões. Entre elas que devia algo mais a Kim e a Eileen.
Segurança.
Ocorreu-lhe uma ideia.”
In SCRIPTUM – O Manuscrito Secreto, Raymond Khoury, Tradução de Maria Georgina Segurado, Editorial Presença, Lisboa, Abril de 2006 (pag. 167 e 168 de 388)

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